Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2014

Sombra

a sombra coisa morta vagueia sem destino presa desde o feto a uma vida de desatinos no corredor fria dilata-se como em Modigliani a sombra afixiva sobre os olhos nunca ausente sua perspicácia teatral contorce, recorte em dor dança e trança cabelos na alegria e e na doença beija , uni-se intensamente em 4º grau esbraveja e deita-se chegada hora curva-se e sente o pesar da vida como alma gêmea sem rancor sobre 4 palmos estende-se unindo-se a alma

Água

Sobre os braços da mãe o mar se acalenta terra balança como a mais acolhedora virgem abraçaria um órfão. O gigantesco de água corre nas entranhas matriarcais, unindo-se. O calor do sol que transpira e lagrimeja a fêmea  devolve aos céus seu filho para um pouco cuidá-lo. Mas devolve rapidamente o menino para ficar solto nas brincadeiras de criança. Futebol de rua lavado O pai lavrando história da chuva Bocas arregaçadas; saciam mais alegria que sede O embriagado levando os braços altos ao acolhimento  No Éden Adão e Eva banhavam-se de tua beleza inventaram travessuras proibidas nos teus lençóis gélidos   Impiedosa quando Noé viu-se destinado a manter-se por sobre sua fúria água que tantos lamentam nunca te-la bebido puramente nunca ter beijado puramente Quando fala água calma transluz quando brada água fervas  imensa, da cor do infinito céu destruidora, como o mar morto, negro As águas dançam com o vento Adormece ao luar.

Aquele Beijo

Apreciava só dez por cento de sua beleza, que se encontravam nos olhos, algo grande que me arrancava nos sonhos como um buraco negro, uma gravidade que tragaria Thor e Hércules, pobre de mim. Fui ancorado a te chantagear só pra ter o que falarmos, batermos de frente, sentir cheiro de nuca e cabelo enrolado, onde pensei em construir minha maloca e por ali morar umas duas horas e meia oi duas semanas. Levar um sorriso na cara, algo engraçado, por dentro fuzilava-me todo o corpo. Pensei em roubar-lhe um sonoro beijo quando com mãos no ombro me retinia: ”Nem ao papa levantaria voz se assim desejasse, sou boa, mas não sou besta” . Valeria a pena um tapa rude, ou envergonhado, ou talvez um beijo prolongado. Nunca soube. Como  todo idiota, sentia o que as cartomantes transcenderam, onde a bola de cristal reluzia, numa imagem que só a velha cigana traduzia como o mais belo do amores, mas era algo proibido, talvez as ciganas servissem de consolo, assim como missa de domingo.