Apreciava só dez por cento de sua beleza, que se encontravam nos olhos, algo grande que me arrancava nos sonhos como um buraco negro, uma gravidade que tragaria Thor e Hércules, pobre de mim. Fui ancorado a te chantagear só pra ter o que falarmos, batermos de frente, sentir cheiro de nuca e cabelo enrolado, onde pensei em construir minha maloca e por ali morar umas duas horas e meia oi duas semanas. Levar um sorriso na cara, algo engraçado, por dentro fuzilava-me todo o corpo. Pensei em roubar-lhe um sonoro beijo quando com mãos no ombro me retinia: ”Nem ao papa levantaria voz se assim desejasse, sou boa, mas não sou besta” . Valeria a pena um tapa rude, ou envergonhado, ou talvez um beijo prolongado. Nunca soube. Como todo idiota, sentia o que as cartomantes transcenderam, onde a bola de cristal reluzia, numa imagem que só a velha cigana traduzia como o mais belo do amores, mas era algo proibido, talvez as ciganas servissem de consolo, assim como missa de domingo.