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Mostrando postagens de janeiro 11, 2015

Aquela Rua

Aquela rua de curva acotovelada donde havia sombras para as duas calçadas, neste meu tempo não refugiam mais pessoas. Os homens se enfurnaram em suas casas e de lá apenas saem as missas e trabalhos. As crianças que doutros tempos saboreavam a delicia de um sol para empinar pipas, agora refrigeram-se em seus compartimentos de solidões e abestam-se tão de repente por inoculadas notícias atentadoras. Ó, tu eras uma rua gigantesca com de dimensões de paixões, sobrados de conversas, Bons dias, boas tardes. " Lá vem Jacó de sua pescaria"; "Alcebiades da casa de sua amante" e Tereza a estender as fragrâncias das vestes no varal. Agora aquela rua de maestria clássica já não cabem mais pessoas, apenas passam carros em horas distintas. Os humanos dali presentes agora se desconfiam, não se conhecem, não se mutuam, não entreolham-se. Olhar ao vizinho é sinônimo de afronta ao particular, tem de ser notório, direto e com lucros e bonécias para se envolverem em uma trama