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Mostrando postagens de agosto 1, 2021

Ofício

  O ofício de coisas é se permitir fingir absolutamente até o fim Como numa fotografia que às vezes revela coisas que não são como num poema que diz coisas que às vezes não estavam ditas Como os caminhos das sombras das árvores por onde mendigos passaram despercebidos no parque E as fezes de ratos e pombas que outrora povoaram a praça  Roland Barthes dizia que a fotografia é como a morte – um momento que nunca mais voltará a ser; o registro Flores e rosas multicolores que no outono despendem à morte Ah! mas como é Bela uma fotografia das flores ali no chão estando defuntas Para nós que apenas passamos depressa Ou fazemos pose de turista Para nós que apenas vemos uma fotografia e a guardamos Para nós que Lemos um poema, tudo ali é Belo  No enquadramento da foto; nos estreitos do poema, às vezes o ofício da natureza é parecer maior que as grandes construções Final alternativo:  No enquadramento da foto; nos estreitos do poema, às vezes o ofício da natureza é parecer maior que as grandes