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Mostrando postagens de 2014

O poder dos seios nus

As mulheres utilizam a beleza e simplicidade de seus seios desnudos desde o tempo de “selvageria”. Aqui nas terras do Novo Mundo, os colonizadores encontraram um estado natural de relações. Homens, mulheres, crianças e imperdoáveis anciãs e anciãos nus e sem cabelos pelos corpos, cobertos apenas por pinturas decorativas em seus músculos faciais, possuindo sobre suas cabeças “capacetes” com belas penas. A impossibilidade de civilização naquele momento fomentava a ira de Deus, por sua vez, o todo poderoso deixou homens-soldados-santos na terra para que munidos da palavra e da força pudessem salvar todas as almas pagãs, inclusive as que Deus nunca enviou um salvador. Os Jesuítas, coitados, tentados pela luxúria que as índias provocavam em seus corações eretos, lutavam bravamente contra o pecado e heresia. Nesse cenário eram as mulheres ameríndias as mais escandalizantes, a Eva das novas terras. As jovens nativas encarregavam-se de enlouquecer no momento em que afloravam os seus dese
Na adega o meu peito afina-se na mentira Amo-te tanto quanto a loucura a escuridão És minha coroa fonte que beberei todos os pecados e traçar os mais vis desejos  Mas palavras ruidosas me tomam de clarão por seres esqueléticos O exercício de tampar a boca dos ouvidos já não adianta as vozes entraram e não se fecham Imundas maldições que rogo-lhes imundas mais sinceras Em meu peito chicoteado guardo a poética trágica dessa tentação que me deixa cair em tuas mãos confortado em teus seios  Perdoo-te por todos infortúnios febris rudes de tuas escolhas ponho-me a marginalizar meu próprio eu para tua adoração Não és a culpada de satisfazer seus insólitos sadismos desejo imaculado do teu poder não culpo-te pela paralisia que exerce as coisas naturais como se nada pudessem diante de ti (e não podem)  Tive meus pecados perdoados em tua cama Pude ser leal Busco a blasfêmia para arrepender-me sempre em ti       

O Corpo Faz Parte do Coração

A boca faz coisas do coração a boca faz sorriso a boca faz bico As mãos fazem coisas do coração a mão da dedo a mão da positivo Os olhos fazem coisas do coração os olhos piscam os olhos contemplam O pinto faz coisas do coração fica ereto  apontando As pernas fazem coisas do coração as pernas tremem de medo tremem no gozo 
Que de dia se estia um azul. quando chove se estia um vermelho. O mar se estia de azul que de dia clareia que de noite se estia sombrio. A tanto azul dentro do mar. As cidades se estendem de ruas, que de dia se estiam de sol e sombras. As ruas paradas, passageiras, carregam pés, que de dia se estendem nos nossos pesos, que a noite descansam em pé. Uma pedra é cheia de cinza e solidão. Uma porta é cheia de casa e pessoas, passados. as palavras são cheias de sem noção, que de dia invertem as coisas pra nadar contra corrente, que de noite ressoa pra fazer dormir. A tanta coisa nas coisas que elas ficam estendidas. Da janela estendida na parede o poeta caminha seu olhar para a cidade.

O Par

Uma mulher poente ao sol que ilumina seu dançar. Um homem que se alicerça como uma lua refletindo seu brilho inexorável, levemente sopra suas mãos pareando os movimentos da donzela, agudamente remete-se a aparar em rodopios a luz da rainha dos condenados amortecida pelo servo sem cor, ajoelhado-estático-esférico pilar suplantando na ausência do ser reticências que não explicam, glorificam a mundana que estremece os astros. Como se o tambor e a flauta entoassem cantigas de ninar, suavemente em seu doço tomando conta da plasticidade de um vago caminho que a bailarina tem seu dever de preenchê-lo com vento e luz sombra e cheiro. Na dança nunca indagado por quão forte seja o homem não se reprime em deixar a mulher tomar conta do espetáculo pela leveza duma quimera, o guiso da natureza, as chamas de uma tocha, imponente ser encantador de templos, majestosa AVE de ser, implacável senhora do destino. Na dança saber quão fraco és o homem pelo sexo que o atrai , no ronco do espírito maje

Procurando a Poesia II

para ver palavras aumentadas luneta é instrumento de alargar coisas carro, formiga e letra poesia como invenção é sapo com parafuso nas molas o sol entre dois dedos a um palmo de horizonte onde se esconde amores e diz-sabores a poesia um dia te escreve nas mãos de uma criança com tintas para pinta-la como lixeiro guardando recordações "Besteira é coisa que não serve para adultos A poesia serve de besteira" Ernesto 8 nos

Amoreira

amor de amora lá do pé roxo doce de teu fruto que penhor me dava doce de lambuzar que se comia e todo roxo ficava visita sempre roubava a sombra que jazia de ti como iluminuras do sol que penetrando as folhas iluminam amoreira amorava uma negra no pé me refazia suave de teu leite lia poemas para teu brilho e tomava mel de tua raiz

Caminhos

Povoado de pássaros me vagueiam as veias como papel colorido pintando de arco um cubico de azul pintado o tempo água e céu a pedra no meio do caminho só precisa de seu estado estado de pedra viveu vários pássaros mas não os que habitam-me batem asas esticando o vento e meu tempo continha pálido somente a bruma olhando uma poça espelhada imprimia o céu do auto no chão rasteiro, molhado os pássaros e as pedras seguem a sina de vagar banhadas de ventos sem outros caminhos

Procurando a Poesia

andei procurando a poesia sem sinal de partida ou a pressa da chegada levantei o pano do tempo e a poesia baforou como poeira em mim e me apanhou de surpresa como sol talhando risos no ar numa coruja que serenava minhas noites seca como um gole de pedra num canto cortando o vento encanto de trovão no mar a beira como casal a beira amar a poesia continuava na reticência a chuva também cortava o vento e o tempo o pálido tempo sem horas continua no nunca poesia como corte certeiro da faca torta como carinho na rocha que sofria de tempo poesia na parede que segurava um troféu e maquiava-se de pinturas uma girafa de ponta cabeça contemplando as alturas num gira-sol cravado ao chão as palavras escorriam pelos meus dedos como uma sombra sega eu continuava procurando a poesia

Jazz

O cancioneiro palpitava de alegria retirando das cordas mudas compassos da criação o mundo iniciado nas notas sopradas ao vento transfiguradas nas cordas de uma guitarra, sinestésicas linhas que brotavam imagem som e cor durante a fobia dos corpos de ficarem parados emitindo em percussão dos passos tocando o chão numa onomatopéia ritmada, seguia-lhe um saxofone em agudez como sono de uma criança, tão profundo, em seu repertório canônico improvisava torrentes de loucuras salpicava frenesi a música soprada cravada transdizia o que sonhava, complemento de orquestra, um pico de som na veia o salão comológico constelação dançante o vento por'entre as saias e cortes no ar rarefeito, transpirações, corpos retorcidos do sul ao leste como cobras em chamas, bateria ríspida militar marcava o encontro dos frenéticos como sinal de trânsito atenção pare siga a todo vapor na estrada para o inferno beslicava a pulsação do coração mostrava a força e a liberdade, gira, lança espicha capricha, er

Chuva Passageira

A chuva passageira levou meu amor meu afago poeira e rastro de passado levou meu insólito dia visto da janela ofuscadas de gotas querendo entrar para acariciar-me a chuva passou cantando o presente a chuva levou minhas saudades umas vinte léguas dormi em leito quente ouvindo sua música lenta despediu-se num adeus sorridente colorido quando fugida a acalentar os anjos

Sombra

a sombra coisa morta vagueia sem destino presa desde o feto a uma vida de desatinos no corredor fria dilata-se como em Modigliani a sombra afixiva sobre os olhos nunca ausente sua perspicácia teatral contorce, recorte em dor dança e trança cabelos na alegria e e na doença beija , uni-se intensamente em 4º grau esbraveja e deita-se chegada hora curva-se e sente o pesar da vida como alma gêmea sem rancor sobre 4 palmos estende-se unindo-se a alma

Água

Sobre os braços da mãe o mar se acalenta terra balança como a mais acolhedora virgem abraçaria um órfão. O gigantesco de água corre nas entranhas matriarcais, unindo-se. O calor do sol que transpira e lagrimeja a fêmea  devolve aos céus seu filho para um pouco cuidá-lo. Mas devolve rapidamente o menino para ficar solto nas brincadeiras de criança. Futebol de rua lavado O pai lavrando história da chuva Bocas arregaçadas; saciam mais alegria que sede O embriagado levando os braços altos ao acolhimento  No Éden Adão e Eva banhavam-se de tua beleza inventaram travessuras proibidas nos teus lençóis gélidos   Impiedosa quando Noé viu-se destinado a manter-se por sobre sua fúria água que tantos lamentam nunca te-la bebido puramente nunca ter beijado puramente Quando fala água calma transluz quando brada água fervas  imensa, da cor do infinito céu destruidora, como o mar morto, negro As águas dançam com o vento Adormece ao luar.

Aquele Beijo

Apreciava só dez por cento de sua beleza, que se encontravam nos olhos, algo grande que me arrancava nos sonhos como um buraco negro, uma gravidade que tragaria Thor e Hércules, pobre de mim. Fui ancorado a te chantagear só pra ter o que falarmos, batermos de frente, sentir cheiro de nuca e cabelo enrolado, onde pensei em construir minha maloca e por ali morar umas duas horas e meia oi duas semanas. Levar um sorriso na cara, algo engraçado, por dentro fuzilava-me todo o corpo. Pensei em roubar-lhe um sonoro beijo quando com mãos no ombro me retinia: ”Nem ao papa levantaria voz se assim desejasse, sou boa, mas não sou besta” . Valeria a pena um tapa rude, ou envergonhado, ou talvez um beijo prolongado. Nunca soube. Como  todo idiota, sentia o que as cartomantes transcenderam, onde a bola de cristal reluzia, numa imagem que só a velha cigana traduzia como o mais belo do amores, mas era algo proibido, talvez as ciganas servissem de consolo, assim como missa de domingo.

Dio, Come Te Amo

Amor mais forte que o vento ao mar que para o sol de brilhar faz do luar sua morada derrama sobre os corpos os abraços singelos de fazer descobrir um palmo quente de fissura no coração atira-me do prédio em chamas porque em mim emanas o desejo de sofrer porque sofro pelo teus lábios- olhos, face, calado o desejo em segredo dentre os amores atirados foste tu o mais oblíquo admirado jeito de morrer a doçura do seu cantar é um estalido, bramido como fera presa liberdade terei se tocasses em seu rosto- não haveria escravo mais feliz se tocando sua sinhá pudesse também beija-la porque de ti brotas o calor impossível e tão sensível de um afago litígio apenas seus olhos podem pronunciar: "Dio, Come te amo!"

Gigantesco Plinto

                    Há muita gente eu sei que não gosta de versos,                      por quê... não sei... talvez... por que não                                            queira; daí uma asserção de críticos diversos:                      morrerá no provir a poesia inteira...                                                                  Jorge de Lima A soma dos versos da poesia vingam-se das estruturas a mão que cansada escrevia com a cabeça em loucuras demonstrava cintilar o afago nas presas de uma onça o poeta como mergulhador tentando descobrir os segredos do fundo mar usava seu resto de folego aventurando-se encontrar o tesouro em sílabas tônicas em luta contra gladiadores, atirados as feras-jogado aos leões, achados em aforismos  perturbados por mil pragas rogadas pelas regras não se via abençoado via-se um pecador martirisava-se à chicotadas  catava letras como a mãe lhe ensinara a catar feijões- o minimo cuidado para não deixar uma pedra que estourass

Salvação Poética

Abraçava um mundo que não era só meu,  fazia da dança dionisíaca a arte suprema regozijando, revitalizando-me na ultima gota de leite sagrado. Quebrava-me em cacos e revirava-me em pó. Não me sentia, nem doía -um nirvana anda luz. Emérito das sagradas escrituras dos cânticos dos cânticos. Abençoei as ninfas aprendizes no sufoco idolatra dos meus braços em suas iniciações, elevei as senhoras mais cativas de desejos antepassados, apanhei pelas mãos donzelas perdidas a meio caminho da iluminação, trabalhei junto a pedantes em carinhos espirituais, elevações noturnas, viagens astrais donde podia ver-me no trabalho árduo da lapidação do ser. Lia noites afins de evangelhos em corpos e olhares fulgurantes quando nascia a chama da vida em retorno ao presente. Era não perder a sanidade o mais difícil dos trabalhos. Mais forte o desejo de salvar a humanidade de seu fatídico tédio, que preferia ver nos sorrisos finos e mordidos a agonia de seus suspiros em força gradua, vezes animal vezes im

Do Brilho ao Por do Sol

Vai-se o dia Como escorregador o tempo brinca de ser criança E passa o tempo 24 passos foram dados em busca do por do sol E ri-se o tempo Calvo de calmaria, rojo de quentura E brinca o tempo Os dentes da boca tenros, as feridas insanáveis Isola-se o tempo O coração fica lânguido e langoroso- enrijece  até virar pedra O tempo para
À poesia nas águas de um rio Translúcidas como a fumaça do meu cigarro Escritas como trilhos carregam comboios em viagens inóspitas sem se dar conta Como latrina de hospital usada e deixada de lado Poesia como fétida taberna na madrugada de uma cidade onde três bêbados e uma donzela declamam seus mais irrisórios caprichos Pego o trem, a poesia e acendo um cigarro, agora parto sozinho à vida noturna .

No Dia em que Transei com as Palavras

Uma exclamação! Assim comecei a história dionisíaca das palavras com as folhas abertas em dois pólos, grafei os sete pecados capitais. Ajoelhei-me pedindo perdão perante as redundâncias que cometi. Nunca tentei decifrar as psicografias dos ecos na noite em que labutei entre silogismos e a perfeita gramática. Não tive dores de cabeça com o trabalho árduo das pontuações, embora exigissem esforço físico, e metafísico-pagão. Em rubras declarações estremeceu-se a estrofe e o vento até cogitou em alçar a folha ao chão, mas aparei como script de cinema- única parte da poesia metrificada. No mais, passei para outra folha, que esperava já úmida de suor para ser rasgada e assim esculturada as letras em linhas não mais visíveis. Quando novamente o eco se fez audível em indecifrável catarse, a pena frenética escriturava letras em tintas transparentes, tive única força de por o ponto final sobre a analogia poética.

O Beijo

A águia tem o beijo fatal, compara-se aos de Judas e das boas samaritanas, pelo amor, sem piedade. Emergidos em saliva somos batizados. Água mole cravou teu nome na pedra do meu coração. Sobre o mar a águia lança seu beijo da morte.