Como a dança do sol sobre as flores ao passos lentos da brisa mansa, dedico aos viajantes das madrugadas literárias, palavras extraídas dos garimpos da imaginação.
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O Beijo
A águia tem o beijo fatal, compara-se aos de Judas e das
boas samaritanas, pelo amor, sem piedade.
Emergidos em saliva somos batizados.
Água mole cravou teu nome na pedra do meu coração.
Estradas noturnas te dão blues Sabe aquelas casas que ficam sozinhas nas estradas? Algumas com as luzes acesas? Há algo de blues nelas. Pensei nisso e também em como não temos um estilo musical somente triste. Temos os que falam de amor, mas nunca de toda a filosofia da vida simples e sofrida Aquelas casas nas beiras de estradas são tão solitárias que passamos e as vezes nem as percebemos. As luzes acesas quando a noite cai são contrastes com a penumbra do caminho que parece um buraco sem fim, um túnel que passa o tempo enquanto não amanhece. Pelas janelas dos ônibus se veem esses casebres por que uma luz pequena os cobre como um vestido de boneca. Lá estão cadeiras velhas na varanda, as portas às vezes fechadas, um cachorro deitado sem se incomodar com o barulho daquele monte de ferro motorizado. As casas solitárias tem um ar de blues. Exalam solidão e até mesmo tempos difíceis, quando de tão velhas; além de suas cadeiras, estão em estado de caducidade, os cachorros magros e cabisba
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