Na companhia de fantasmas Que te aconselham ao mal Bafore nuvens de desgosto Não espero nem desejo que se cure, poeta Pois as feridas abertas na América Latina Transformam esse grande hospital da vida Em um manicômio incurável Por isso, encha as veias de veneno com uma seringa de pitu E trepe na Luz mórbida das estrelas como os gatos E vire as latas em bêbadas noites Charfurde o lixo como os porcos citadinos Seja sempre esse enfermo Sem fama alguma em hospital particular Definhe, porque a carne podre que definha é a vida que a cada gole corroeu Ame, nunca a mesma. Não cometa mais esse erro Coma as pestilentas, as infames, As alcoólatras que dão porres pesados de poemas, papéis vomitados de ressacas, voltas pela cidade fumacenta, deixando os rastros imundos das feridas Não se cure, poeta Tu és um cão do Sul que veio se queimar nos trópicos Sentir a pátria te bater e te cuspir na cara Assim como as bucetas que te bateram e cuspiram Fume o ópio e cheire o incenso Medite no