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Mostrando postagens de julho 8, 2018

Saudade (2)

                                                                                                                                               Imagem: Jack Vettriano "Se tu soubesses no que penso e no que tenho pensado! Enquanto eu falo a minha alma desvaria, e a minha febre devaneia. Sonhei sangue no peito dela, sangue nas minhas mãos, sangue nos meus lábios, no céu, na terra... em tudo!  " Penseroso Saudade é coisa que se sente e não se doma. A falta do acontecido e do não feito. Saudade é estrada de chão batido sem rosas no caminho, as laterais barrancosas e o quase deslize profundo. A carona na beira incerta. Os dois lados da moeda no cara ou coroa. Espera de mar sem saber se amar. Desespero de vizinhos. Encontro de vizinhos tão distantes em peito, olho, prosa e verso. Espera de 9 anos criançados cirandeiros para o reencontro de adultos maduros madrugueiros. Saudade é toda a cachaça, a insônia e loucura que se bebeu, que se fodeu. Toda comida qu

Tendência ao mal

                                                                                                                                                              Imagem: Jack Vettriano Depois de sonhar e ler uma carta Ah! tendência infernal de ferir a ferro e fogo; como um punhal, luas e noites cheias de furor e frio. Ah! tendência mortal de ser mortal e querer a morte em tudo na vida – horas, poros, povos... Inferno é meu sobrenome soado ao ouvido, deprimido como um comprimido dissolvendo-se ebulíco. Infernal maldito, amante, lúdico, infame, saudosista das pernoites. E quem andar comigo em carinho irá adoecer, pois carregar um câncer externo pode ferir-vos, todas), por dentro. Um tumor que caminha e mente, faz o mal sem desculpas. Não só aloja-se ao lado enegrecendo o futuro, mas domina o peito e se parasita como uma pulga num cão, fazendo vos febrias, sofridas e amargas; loucas, sem rumo, sem colo e chão; sem acreditar mais no amor, sem sofrer pela dor, nas águas d

De Noite

Imagem: Jack Vettriano.                  "Não há culpas quando se tem um coração de poeta" Juliano Beck. No fundo do seu colo perdendo minhas lembranças e meu presente. Um criminoso espião em busca do perigo. Todas as portas abertas e o medo de um penetra enquanto penetro de lado seu escuro quarto. Penetro sua vida à noite sem cortinas e um lençol. Vizinhos acordados e nós dois molhados querendo acordar o mundo com as mãos. Mas acordamos apenas o sono que sentíamos, e conosco cometeu ainda mais um crime antes de dormirmos. Um crime perfeito, sim! Uma poesia de pernas abertas com tudo para ser incompleta, deu-se deitada na cama, sentada na trama, nos versos do avesso das pernas. Ejaculando alto como o filme que fazia sentido estar sem ser assistido. 

Encontros

                                                                                                        A todos os reencontros - dos cabelos e olhares. Cometendo deslizes loucos nas alturas das nuvens. Beijos fortes e sedentos de desejos uns nos outros escalando a espera dos corpos nus e molhados de suor e fome, como um cão medroso babando por refúgio. Sentados debaixo de orgásticas madrugadas à espera. Vários anos depois duma só vez sentidos e calados, soltos, ouvidos, tocados. O medo que se fez na carne e penetrar em você agora é o frio na barriga mais gostoso. Sentindo o calor interno e o coração batendo no meu coração. Suas costas lavadas e gratas do corpo que te pesa tesão em cima. Sua profana, cara! safada, olhos abertos, semifechando, fechados, transmite na mordida da boca o abafo do grito que quer soltar (mas não pode). O tempo é pouco até termos que nos e