Sobre os braços da mãe o mar se acalenta
terra balança como a mais acolhedora virgem abraçaria um
órfão.
O gigantesco de água corre nas entranhas matriarcais,
unindo-se.
O calor do sol que transpira e lagrimeja a fêmea
devolve aos céus seu
filho para um pouco cuidá-lo.
Mas devolve rapidamente o menino para ficar solto nas
brincadeiras de criança.
Futebol de rua lavado
O pai lavrando história da chuva
Bocas arregaçadas; saciam mais alegria que sede
O embriagado levando os braços altos ao acolhimento
No Éden Adão e Eva banhavam-se de tua beleza
inventaram travessuras proibidas nos teus lençóis gélidos
Impiedosa quando Noé viu-se destinado a manter-se por sobre sua fúria
água que tantos lamentam nunca te-la bebido puramente
nunca ter beijado puramente
Quando fala água calma transluz
quando brada água fervas
imensa, da cor do infinito céu
destruidora, como o mar morto, negro
As águas dançam com o vento
Adormece ao luar.
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