O cancioneiro palpitava de
alegria retirando das cordas mudas compassos da criação o mundo
iniciado nas notas sopradas ao vento transfiguradas nas cordas de uma
guitarra, sinestésicas linhas que brotavam imagem som e cor durante
a fobia dos corpos de ficarem parados emitindo em percussão dos
passos tocando o chão numa onomatopéia ritmada, seguia-lhe um
saxofone em agudez como sono de uma criança, tão profundo, em seu
repertório canônico improvisava torrentes de loucuras salpicava
frenesi a música soprada cravada transdizia o que sonhava,
complemento de orquestra, um pico de som na veia o salão comológico
constelação dançante o vento por'entre as saias e cortes no ar
rarefeito, transpirações, corpos retorcidos do sul ao leste como
cobras em chamas, bateria ríspida militar marcava o encontro dos
frenéticos como sinal de trânsito atenção pare siga a todo vapor
na estrada para o inferno beslicava a pulsação do coração
mostrava a força e a liberdade, gira, lança espicha capricha, era
jazz sombra pares suados mãos pés nada se identificava e nem era
preciso, era jazz sem culpa existia e cabia no tempo.
Imagem: Caspar David Friedrich, de 1822. Existe prazer na matas densas Existe êxtase na costa deserta Existe convivência sem que haja intromissão no mar profundo e música em seu ruído. Ao homem não amo pouco, porém muito a natureza Lord Byron Quero ser parte da relva Desconhecido pela brisa que passa Ser parte do mar e navegar profundo Constante como o vento de todas as estações Aquele que roda o mundo Diminui o ritmo para ver a chegada do verão Passeia na neve do inverno sem tremer de frio Permeia ruas barulhentas sem se incomodar Quero ser como o voo azul das aves Pintando de aquarela um lago luminoso O brilho que soa orquestra Uma árvore que dá balanços
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