O ofício de coisas é se permitir fingir absolutamente até o fim
Como numa fotografia que às vezes revela coisas que não são
como num poema que diz coisas que às vezes não estavam ditas
Como os caminhos das sombras das árvores por onde mendigos passaram despercebidos no parque
E as fezes de ratos e pombas que outrora povoaram a praça
Roland Barthes dizia que a fotografia é como a morte – um momento que nunca mais voltará a ser; o registro
Flores e rosas multicolores que no outono despendem à morte
Ah! mas como é Bela uma fotografia das flores ali no chão estando defuntas
Para nós que apenas passamos depressa
Ou fazemos pose de turista
Para nós que apenas vemos uma fotografia e a guardamos
Para nós que Lemos um poema, tudo ali é Belo
No enquadramento da foto; nos estreitos do poema, às vezes o ofício da natureza é parecer maior que as grandes construções
Final alternativo:
No enquadramento da foto; nos estreitos do poema, às vezes o ofício da natureza é parecer maior que as grandes construções
Imagem: Filme Sult - Fome, de Henning Carlsen, adaptação do livro de Knut Hamsun
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