Uma exclamação! Assim comecei a história dionisíaca das
palavras com as folhas abertas em dois pólos, grafei os sete pecados capitais.
Ajoelhei-me pedindo perdão perante as redundâncias que cometi. Nunca tentei
decifrar as psicografias dos ecos na noite em que labutei entre silogismos e a
perfeita gramática. Não tive dores de cabeça com o trabalho árduo das
pontuações, embora exigissem esforço físico, e metafísico-pagão. Em rubras
declarações estremeceu-se a estrofe e o vento até cogitou em alçar a folha ao
chão, mas aparei como script de cinema- única parte da poesia metrificada. No
mais, passei para outra folha, que esperava já úmida de suor para ser rasgada e
assim esculturada as letras em linhas não mais visíveis. Quando novamente o eco
se fez audível em indecifrável catarse, a pena frenética escriturava letras em
tintas transparentes, tive única força de por o ponto final sobre a analogia
poética.
Imagem: Caspar David Friedrich, de 1822. Existe prazer na matas densas Existe êxtase na costa deserta Existe convivência sem que haja intromissão no mar profundo e música em seu ruído. Ao homem não amo pouco, porém muito a natureza Lord Byron Quero ser parte da relva Desconhecido pela brisa que passa Ser parte do mar e navegar profundo Constante como o vento de todas as estações Aquele que roda o mundo Diminui o ritmo para ver a chegada do verão Passeia na neve do inverno sem tremer de frio Permeia ruas barulhentas sem se incomodar Quero ser como o voo azul das aves Pintando de aquarela um lago luminoso O brilho que soa orquestra Uma árvore que dá balanços
Ainda que eu tente calar o grito
ResponderExcluirsuas palavras berram em poesia!
Parabéns poeta! Continue essa busca por prazer nas palavras, você está encontrando belas respostas, reciprocas!