"Neste caminho encontra-se o tesouro
Pelo qual tantas almas estremecem;
É por aqui que tantas almas descem
Ao divino e fremente sorvedouro."
Cruz e Sousa
Ébrios
Mostrou os seios de mãe e natureza
Deixou que seu gosto eu provasse
Deixou que com firmeza pousasse
E subimos pela proa à vagareza
Destilamos cachaça contra a correnteza
Alcei-lhe âncora na tempestade
Como piratas ébrios sem vaidade
Cambaleamos de proa e incerteza
Raios e trovões inauguraram a noite
Madrugada adentro, as águas, o açoite
A beleza escura em pele clara
Como piratas, ladrões dos sonos e dos tédios
Naufragamos à tempestade que arfara
Rendendo-nos com os suspiros ébrios
Comentários
Postar um comentário